Mão na Massa – Capacitando Mulheres Makers
Por Laura Gurgel
O projeto Mão na Massa, do Movimento Mulheres Makers, contempla as comunidades do Pilar, Santa Luzia e Casa Amarela, incluindo Vasco da Gama e Alto de Santa Isabel, no Recife. As primeiras mulheres beneficiadas pelo projeto foram da Comunidade do Pilar, ocupada na década de 70 como “Favela do Rato” no bairro do Recife, marco zero da cidade. Com a desmobilização do Porto do Recife nos anos 90, a comunidade passou a ter um grande número de mulheres e mães solteiras, desempregadas e abandonadas pelos companheiros estivadores migrantes para o Porto de Suape. Vizinhos ao Pilar encontram-se a sede da Prefeitura do Recife, diversos órgãos governamentais e o Porto Digital, conjunto de empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação que fatura 1,5 bilhão de reais ao ano. No entanto, o Pilar é uma comunidade em extrema vulnerabilidade socioambiental, com alto índice de desemprego, falta de saneamento, habitação, equipamentos e serviços públicos, detendo o 2º maior índice de arboviroses (dengue, zika e chicungunha) e 2º pior IDH do Recife.
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Estas três comunidades beneficiadas pelo projeto Mão na Massa têm como pontos fortes localizações estratégicas, seu patrimônio histórico, a alta consciência política, o sentimento de pertencimento e resistência popular e a existência grupos e entidades de luta, a exemplo do espaço Casarão das Artes no Pilar, o CEPAS – Centro de Ensino Popular e Assistência Social Santa Paula Frassinetti em Santa Luzia, a Associação dos Comerciantes Informais de Casa Amarela, a ACAAPE – Associação Cultural de Assistência aos Artistas de Pernambuco, a Associação de Moradores do Canto da Vila, e o ICASS – Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável, entre diversas outras entidades de Casa Amarela, um dos bairros mais populosos do Recife.
O projeto Mão na Massa expõe o Tecnofeminismo e a ampliação das mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação como uma urgente questão de luta social. Também derruba vícios das atividades de formação comumente relacionadas às mulheres (como dos setores de artesanato, beleza, cozinha, entre outros) e demonstra o letramento tecnológico como uma realidade às comunidades de base e ainda apresenta a Fabricação Digital como um novo modelo de consumo e produção sustentável.
Este projeto foi realizado com recursos do Programa CASA Cidades, uma iniciativa do Fundo Socioambiental CASA em parceria com o Fundo Socioambiental CAIXA e Fundação OAK.