
Projetos selecionados da chamada “Fortalecendo o protagonismo local na agenda climática”
É com muita alegria que anunciamos os projetos selecionados na chamada “Fortalecendo o protagonismo local na agenda climática”. Ao todo, 51 iniciativas de todas as regiões do país serão apoiadas, com um investimento total de R$ 1,5 milhão.
Com a aproximação da COP30, que será realizada em Belém (PA), o Fundo Casa Socioambiental lançou essa chamada estratégica para apoiar iniciativas locais com foco em incidência política e produção de conhecimentos sobre os impactos da crise climática.
A chamada recebeu um total de 383 propostas, vindas de todos os estados brasileiros. A diversidade dos projetos selecionados reflete a pluralidade das comunidades que enfrentam diretamente os efeitos das mudanças climáticas. Quase metade das propostas (47%) tem foco de atuação local ou territorial, ou seja, desenvolvem ações diretamente nos territórios das comunidades. Outras 39% atuam em nível regional, com impacto em diferentes localidades de uma mesma área geográfica e 13,7% têm abrangência nacional.
As propostas selecionadas estão em todos os biomas, com maior presença das iniciativas que estão na Mata Atlântica (45%), a Amazônia (27%) e o Cerrado (quase 12%), que são fundamentais para o equilíbrio climático e a conservação da biodiversidade, mas seguem sob forte pressão do desmatamento e de modelos de exploração predatória.
As regiões Nordeste (31,3%) e Norte (27,4%) concentram a maioria das propostas selecionadas, com destaque para estados historicamente marcados por desigualdades sociais e ambientais. Isso demonstra como as comunidades dessas regiões têm se organizado para resistir aos impactos cada vez mais frequentes da crise climática, como secas prolongadas, enchentes, queimadas e perda da biodiversidade, por meio de projetos que combinam conhecimento tradicional, inovação e práticas sustentáveis.
Os projetos se voltam para diversos territórios, incluindo periferias urbanas, quilombos, territórios indígenas e áreas extrativistas. Em termos étnico-raciais, 59% dos responsáveis pelos projetos aprovados se declaram pretos e pardos, 29%, brancos e quase 10%, indígenas.
Outro dado que merece destaque é a presença das mulheres. Em 65% das organizações selecionadas, elas ocupam o papel de principais responsáveis pelos projetos. Em 22% delas, a coordenação é exclusivamente feminina.
Os temas que serão abordados nos projetos envolvem desde a participação em conselhos e fóruns climáticos até a sistematização de dados locais, monitoramento climático, produção de conhecimentos e estudos e mobilização comunitária.
Além do apoio financeiro de até R$ 30 mil por projeto, as iniciativas selecionadas vão participar de oficinas de fortalecimento de capacidades e da Jornada de Aprendizagem sobre a COP, um espaço de formação e troca de experiências entre lideranças comunitárias e especialistas da agenda climática.
As organizações que tiveram seus projetos selecionados receberão via e-mail as instruções sobre as próximas etapas para contratação.
Confira a lista dos projetos selecionados:
Organização | Projeto |
A Vida no Cerrado (Avinc) | Faça chuva ou faça sol, meu Cerrado já está vulnerável. |
Ação Comunitária Caranguejo Uçá | Raízes da Revolução! Em defesa dos povos e comunidades tradicionais pesqueiras. |
Aldeia Rio Bonito _ Tekoa Yakã Porã | Teko Ka’guy Regua |
ALECONS – Associação de Jovens Recicladores Rurais Leilton da Conceição Santos | Comunidade Viva: Fortalecimento da Governança Climática Local e Regional em Piaçabuçu e no Baixo São Francisco |
AQUILUMBO | Vigilância Ambiental e Territorial do Quilombo Chumbo – MT |
Associação Cidadania Rural | Raízes do Clima: Incidência Quilombola e Conhecimento Local Rumo à COP 30 |
Associação Comunitária João Nogueira Duarte | Lideranças Climáticas em Movimento: Formação e Incidência da Serra do Cipó à COP 30 |
Associação das Mulheres Pescadoras Artesanais de São José da Coroa Grande – AMPAS | Marés que Decidem: Fortalecimento das Mulheres Pescadoras de São José da Coroa Grande na Agenda Climática e na COP 30 |
Associação de Artesãos de Antonina – ARTENINA | ArteMangue: Arte e Iniciação Científica para a Conservação do Manguezal de Antonina. Pr, como forma de Adaptação às Mudanças Climáticas |
Associação de Defesa a Vida e ao Meio Ambiente – ADEVIMA | Fortalecimento da Incidência de Comunidades da Hidrovia Araguaia-Tocantins na COP30 |
Associação de Desenvolvimento da Comunidade Remanescentes de Quilombo Jaqueira | “Vozes Quilombolas pela Terra e pelo Clima: Saberes Ancestrais na Luta Climática” |
Associação de Mobilização para Educação, Cultura e Sustentabilidade na Amazônia Legal – AMEL | Amazônia em Movimento: Juventudes do Amapá na Construção da Agenda Climática |
Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú | Jornada Quilombola de Saberes Ancestrais e Climáticos rumo à COP 30 |
Associação de Pequenos Produtores Agroextrativistas Nossa Senhora dos Seringueiros (APPANSS) | Mulheres Extrativistas, erguendo suas vozes para o bem Viver na agenda Climática, Resex Chico Mendes (Brasiléia). |
Associação de Pescadores de Jacaraípe | “Comunidades Pesqueiras pelo Clima: Visibilidade, Participação e Direitos” |
Associação dos Agricultores Familiares do Sítio Pau Ferro e Adjacências | Vozes do Semiárido: Tecendo uma rede de saberes na luta por justiça climática e energética |
Associação dos Agroextrativistas, Pescadores e Artesãos do Pirocaba (ASAPAP) | Vozes do Território Pirocaba: mulheres amazônidas enfrentam as mudanças climáticas na região do Baixo Tocantins (PA) |
Associação dos Remanescentes Quilombolas Urbano do Bairro da Liberdade | Território Vivo: Censo Participativo do Quilombo Liberdade |
Associação dos Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista do Alto Juruá | Fortalecendo a Governança Climática e a Resiliência no Vale do Juruá: Empoderamento do Conselho das RESEX |
Associação Regional da Escola Família Agrícola da Caatinga | Raízes da Resistência: Juventudes do Sertão na Defesa do Clima e dos Territórios |
Associação Ressuscita São Gonçalo | Dossiê Justiça Climática em São Gonçalo: Emergências, Violações e Resistências Populares |
Bauhinia eco-social (Associação Socioambiental Bauhinia) | Território do Futuro, Saberes da Quebrada |
Centro Colaborador Bem Viver | Vozes do Clima em São Leopoldo: Fortalecendo a Ação Comunitária para a Resiliência Climática |
Chão Assessoria Técnica Popular | Construção e difusão de repertórios sobre os povos das águas, dos campos e das cidades na Região Nordeste |
Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste | Mulheres e Jovens Combatendo às Mudanças Climáticas em Caranguejo Tabaiares |
Coletivo Flores de Munguba | Fortalecendo Jovens e Mulheres No Protagonismo Local Na Agenda Climática Na Tríplice Fronteira Brasil, Peru E Colômbia. |
Coletivo Meio | Loteamento Pinheiro – Diagnóstico popular e gestão comunitária de riscos |
Coletivo Ykamiabas | Ykamiabas: Mulheres Amazônidas e a Agenda Climática |
Colônia Z-04 de Pesca, Maricultura e Aquicultura de Natal José Bonifácio do Estado do Rio Grande do Norte | Marés de voz: ampliando a participação dos povos das águas nas decisões sobre justiça climática |
Cooperativa de Produtores de Alimentos Orgânicos em Economia Solidária LTDA | Produção agroecológica: construindo a resiliência dos sistemas ambientais |
Cooperativa Recicla Vida | Valorização dos Catadores na Agenda Climática: Protagonismo e Participação em Pindamonhangaba |
Ecoterra – Associação de Preservação Ambiental e Valorização da Vida | Água é vida |
Fundação Rádio e TV Quilombo | Fortalecendo o protagonismo das lideranças jovens rurais quilombolas contra o racismo ambiental |
Grupo Semente Semeando para o Desenvolvimento Socioambiental | Mudanças do clima e incêndios florestais em Chapada dos Guimarães MT |
Guardiões dos Manguezais – Rede de Associações de Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas do Pará | Nosso Mangue Tem Valor – incidência dos guardiões dos manguezais amazônicos por justiça e segurança climática |
Instituto Ação Climática | Novos rumos para a Litigância Climática no Brasil |
Instituto Águas Resilientes | Campanha: Justiça pela Água é Justiça Climática |
Instituto Caminhabilidade | Cidades Caminháveis pelo Clima |
Instituto EcomAmor | Embaixadores do Meia Ponte rumo à COP 30 |
Instituto Esperançar | Monitoramento Comunitário para Detecção e Recuperação de Áreas Degradadas no Assentamento Santana, Ceará |
Instituto LEGDJYL | Fortalecimento para proteção do território |
Instituto Madeira Vivo | COP Das Juventudes de Fronteira Brasil e Bolívia pela Casa Comum. |
Instituto Maré Global | Mulheres na Ação Climática: fortalecendo a governança em territórios insulares |
Instituto Nós em Movimento | Baixada unificada na luta por justiça climática no território |
Instituto Terra Sem Males Yvy Marane’y Guarani E Kaiowa ITM | Relatório Climático: Os impactos de contaminação por agrotóxicos nas aldeias Guarani Kaiowá da Fronteira – ConeSul/MS |
Juventude Indígena da Diversidade Guarani Kaiowa – JUIND | Nhemongaraí – Juventude Guarani Kaiowá em Defesa do Clima e do Tekoha |
Movimento dos Conselhos Populares | Do Território à COP 30: Protagonismo Local pela Justiça Socioambiental. |
Observatório das Baixadas | Censo Climático das Baixadas de Belém – 1ª Etapa |
Plataforma Ocorre Diário | Uma nova monocultura nos solos do Nordeste: desmatamento e violações de direitos nas instalações de usinas solares |
Rede de Migração Unidos no Brasil | AMAZONBIOECO |
Teia de Solidariedade da Zona Oeste | VIVAZ – Vivências e análises de dados sobre impactos climáticos nas roças quilombolas do Maciço da Pedra Branca na Zona Oeste do Rio de Janeiro. |