Teia da Sociobiodiversidade

1.   APRESENTAÇÃO: NA TEIA DA SOCIOBIODIVERSIDADE

É da poesia de João Cabral de Melo Neto que brota o nome do projeto “Teia da Sociobiodiversidade”.

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

Tecendo a manhã, de João Cabral de Melo Neto

A metáfora da teia reafirma que precisamos de muitos para tecer o amanhã. E foi por meio de uma potente teia de ambientalistas que o Fundo Casa Socioambiental nasceu em 2005. Nessas quase duas décadas de atuação, realizamos mais de 3,5 mil apoios a associações indígenas, quilombolas, pescadores e pescadoras, agricultores, entre outras associações sem fins lucrativos, no Brasil e em outros países da América do Sul.

O Fundo Casa é uma organização sem fins lucrativos que acredita na transformação a partir da escuta, dos saberes e do protagonismo dos verdadeiros sujeitos de cada causa que abraça. O nosso abraço é largo e se dirige a organizações da sociedade civil, em especial às pequenas, locais e tradicionais, que lidam diretamente com os desafios da sustentabilidade ambiental e social. Sonhamos — juntamente com essas mulheres e homens — com a erradicação da pobreza, com o fortalecimento da democracia, com a promoção da justiça socioambiental e climática para proporcionar dignidade e qualidade de vida a todas as pessoas.

Compreendendo que um galo sozinho não tece uma manhã, desenvolvemos uma poderosa rede de apoio a fim de mobilizar recursos, oferecer suporte e fortalecer, cada vez mais, a autonomia dessas organizações e povos cuja pauta prioritária é a sustentabilidade socioambiental dos biomas brasileiros.

À cadência do tear do amanhã proposta pelo projeto “Teia da Sociobiodiversidade” se soma, como parceiro, o Fundo Socioambiental CAIXA (FSA CAIXA). Criado em 2010, é um fundo constituído por até 2% do lucro líquido ajustado da Caixa Econômica Federal. Seu foco se alia ao nosso: apoiar ações socioambientais promotoras da cidadania e do desenvolvimento sustentável, com foco prioritário nas populações de baixa renda. Essas são premissas indissociáveis da Bioeconomia, por se pautar pelo uso dos recursos biológicos de forma sustentável, gerando soluções para desafios das localidades com responsabilidade socioambiental.

A parceria entre o Fundo Casa e o FSA CAIXA viabilizará o apoio a 400 projetos de todo o Brasil, vindos de organizações de base e representantes de comunidades locais e tradicionais que desejem promover impactos positivos em suas localidades, por meio da bioeconomia, no campo e nas cidades. De Norte a Sul, nosso objetivo é apoiar iniciativas de desenvolvimento local inovadoras, sustentáveis e coletivas formando uma teia diversa de saberes, práticas e tecnologias socioambientais que colabora com o nascer de um novo amanhã.

Saiba mais sobre esta Chamada Pública nos próximos tópicos.

 

2. OBJETIVOS

A Chamada Pública da Teia da Sociobiodiversidade visa promover e fortalecer capacidades de 400 organizações de comunidades tradicionais e locais, no campo e na cidade. Isso se dará por meio de dois editais, sendo que o primeiro será lançado em outubro/2024 e o segundo, ainda sem data definida, está previsto para o ano de 2025. Ambos visam apoiar projetos voltados para negócios da sociobiodiversidade e soluções baseadas na natureza, como a promoção da sustentabilidade ambiental e da inclusão social e da bioeconomia, tendo a segurança alimentar como uma dimensão transversal das propostas.

Projetos produtivos são iniciativas que visam à geração de bens e/ou serviços de maneira eficiente, sustentável, levando em consideração o saber e a cultura local. Além de contribuir para o desenvolvimento econômico, esses projetos promovem impactos sociais positivos ao fortalecer a inclusão, a geração de renda e o uso responsável dos recursos. Integram, assim, sustentabilidade e inovação, assegurando benefícios tanto para as comunidades quanto para o meio ambiente

Para esse fim, serão apoiados projetos no valor máximo de até R$ 100.000,00 (cem mil reais) e que se voltam às linhas: Negócios da Sociobiodiversidade e Soluções Baseadas na Natureza.

Abaixo é possível saber mais sobre as linhas desta chamada. Vale ressaltar que cada linha contempla um conjunto de eixos. Os projetos devem se enquadrar em uma das linhas; só será aceito um projeto por organização em uma das linhas temáticas de apoio.

 

3. LINHAS TEMÁTICAS DE APOIO

Linha 1 – Fortalecimento de Negócios da Sociobiodiversidade

Os Negócios da Sociobiodiversidade se referem a atividades econômicas que valorizam a diversidade biológica e cultural de regiões específicas, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais e o bem-estar das comunidades locais. Essas iniciativas visam integrar o conhecimento tradicional com práticas inovadoras, proporcionando alternativas de renda para as populações que vivem em áreas de grande riqueza natural, como florestas, cerrados e manguezais, assim como todos os Biomas brasileiros. Ao fortalecer as cadeias produtivas locais e promover a conservação ambiental, os negócios da sociobiodiversidade contribuem para a sustentabilidade econômica, social e ambiental, respeitando e preservando a identidade cultural das comunidades envolvidas.

Conheça mais sobre os princípios da Sociobiodiversidade no Anexo 2.

Eixo 1 – Estruturação e/ou melhorias na estruturação e produção agroecológica/SAFs: projetos que visem fortalecer a prática agroecológica                                                                    

Exemplos de propostas que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Infraestruturas para pequenas fábricas para beneficiamento de frutas, sementes, óleos, farinhas, casas comunitárias de farinha etc.;
  • Plantio comunitário e ações voltadas para agricultura familiar e camponesa que potencializam a agroecologia e a segurança alimentar;
  • Implantação/melhorias de/em viveiros coletivos;
  • Manejo e beneficiamento de frutos da floresta;
  • Assessoria técnica para produção e beneficiamento;
  • Aquisição de máquinas poupadoras de mão de obra e/ou aquisição de EPIs;
  • Insumos para implantação de sistemas agroflorestais e hortas coletivas;
  • Insumos utilizados para técnicas agroecológicas de uso do solo e controle de insetos (minhocultura, adubo orgânico, homeopatia da terra, roça sem fogo, descontaminação do solo);
  • Outras iniciativas que fortaleçam a prática agroecológica.

Observação | Fazem parte da agroecologia: agricultura biodinâmica, agricultura natural, agricultura ecológica, agricultura orgânica e os sistemas agroflorestais (SAFs). O SAF utiliza os conceitos de agroecologia aplicados ao cultivo em consórcio com a floresta, importante na recuperação de áreas que foram desmatadas.

Eixo 2 – Estruturação e/ou melhorias da infraestrutura de negócios da sociobiodiversidade que promovam a valorização da floresta em pé e manutenção de todos os biomas brasileiros

Exemplos de propostas que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Fomento à pesca artesanal;
  • Criação de animais de pequeno porte (galinhas, suínos etc.);
  • Fomento à atividade de Ecoturismo e/ou Turismo de Base Comunitária (TBC);
  • Produção de biojoias e artesanatos;
  • Fortalecimento da culinária local;
  • Criação de abelhas e produção de mel;
  • Outras iniciativas que promovam a valorização dos biomas brasileiros.

Eixo 3 – Estruturação e/ou melhorias na comercialização dos produtos de negócios comunitários, iniciativas para fortalecer atividades locais sustentáveis e que promovam a valorização da floresta e dos biomas, assim como iniciativas para regeneração econômica, desenvolvidas a partir de negócios da sociobiodiversidade 

Exemplos de atividades que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Ações que promovam e/ou fomentem a autonomia econômica e movimentem renda no bairro ou comunidade;
  • Apoio à comercialização da produção em feiras, identidade visual do produto, realização de eventos de comercialização;
  • Desenvolvimento de tecnologias que fomentem a comercialização e a conexão campo–cidade;
  • Apoio à logística para escoamento da produção;
  • Apoio à contratação de assessoria técnica (máximo 20% do valor total do projeto);
  • Outras iniciativas semelhantes.

Linha 2 – Soluções Baseadas na Natureza (SbN)

Para esta linha podem ser propostos projetos que apresentem soluções que proporcionem benefícios sociais, econômicos e ambientais a partir da própria natureza. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN, é possível definir essas soluções como “ações para proteger, manejar de forma sustentável e restaurar ecossistemas naturais e modificados, que abordam desafios de forma efetiva e adaptativa, promovendo o bem-estar humano e benefícios para a biodiversidade”.

Conheça mais sobre os princípios das SbN no Anexo 3.

Eixo 1 – Projetos com soluções baseadas na natureza para a gestão, acesso à conservação da água e saneamento dos territórios

Exemplos de atividades que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Projetos de restauração de áreas úmidas para tratamento de águas residuais;
  • Projetos de restauração de ecossistemas aquáticos, como rios e lagos. Pode incluir o plantio de espécies nativas nas margens e/ou a criação de meandros que diminuam a velocidade da água e ajudem a prevenir inundações;
  • Entre outros.

Eixo 2 – Projetos com soluções baseadas na natureza para a conservação da biodiversidade e preservação de modos tradicionais e culturais de vida das comunidades

Exemplos de atividades que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Iniciativas para combinar culturas agrícolas e vegetação significativa na mesma parcela para melhorar a segurança alimentar e manter o equilíbrio ecológico;
  • Iniciativas de resgate e aplicação de conhecimentos ancestrais na gestão dos recursos naturais e na produção, ou na criação de sistemas agroflorestais com espécies autóctones;
  • Entre outros.

Eixo 3 – Projetos com soluções baseadas na natureza para a adaptação e resiliência às alterações climáticas das comunidades e ambientes naturais

Exemplos de atividades que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Iniciativas de implementação de sistemas de captação de água, construção de reservatórios, instalação de reservatórios de água, criação de zonas de infiltração para recarga de aquíferos e também distribuição através de canais e terraços;
  • Projetos de criação de parques urbanos e terraços verdes para proporcionar melhoria da qualidade do ar, redução da temperatura urbana e promoção da biodiversidade;
  • Projetos de concepção e construção de jardins de chuva, áreas verdes e corredores que auxiliam na retenção de água e na redução da velocidade do fluxo;
  • Projetos de implantação de canais de drenagem pluvial por meio de limpeza ou outros mecanismos que reduzam o risco de inundações e decomposição orgânica;
  • Projetos de plantações resistentes à seca, plantação de árvores perto de corpos de água para melhorar a infiltração da água, substituição de espécies invasoras por espécies nativas para melhorar a biodiversidade e a qualidade do solo;
  • Entre outros. 

Eixo 4 – Projetos com soluções baseadas na natureza com uma abordagem de sustentabilidade socioambiental para o desenvolvimento de comunidades

Exemplos de atividades que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Projetos de implantação de hortas familiares e comunitárias que proporcionem segurança alimentar;
  • Promoção de práticas agroecológicas, como agricultura de regeneração, gestão integrada de pragas e diversificação de culturas;
  • Projetos com sistemas de policultura que combinam diferentes culturas na mesma parcela para melhorar a produtividade e resiliência dos sistemas de produção;
  • Projetos que promovam o turismo sustentável, atividades como turismo de natureza, observação de aves, criação de trilhas e rotas para observação da fauna e da flora silvestres, práticas de turismo sustentável que minimizem o impacto no meio ambiente e promovam a conservação da biodiversidade da natureza e gerem renda para as comunidades locais;
  • Projetos de turismo cultural, agroturismo, turismo de aventura e ecoturismo comunitário;
  • Projetos que visam à separação de resíduos sólidos para reaproveitamento e reciclagem, que geram oportunidades de negócios e reduzem a poluição;
  • Entre outros.

Eixo 5 – Projetos com soluções baseadas na natureza, com foco na restauração e conservação de ecossistemas, manejo sustentável de fauna e flora

Exemplos de atividades que poderão ser apoiadas nesse eixo:

  • Projetos relacionados com a proteção e restauração de habitats naturais, e/ou implementação de práticas de gestão da vida selvagem e promoção da conservação de espécies ameaçadas;
  • Projetos de restauração e conservação de ecossistemas naturais, áreas úmidas, pântanos e florestas que sofreram alterações devido a eventos climáticos/naturais extremos, tais como enchentes, secas, geadas etc.;
  • Projetos de conservação que podem incluir o desenho e criação de áreas protegidas ou restrições de áreas do seu território, corredores ecológicos, mosaicos de unidades de conservação e outros;
  • Restauração de ecossistemas degradados, florestas, zonas úmidas ou áreas de fontes de água, através de técnicas de restauração ecológica e da promoção da regeneração natural;
  • Projetos que visam ao manejo de recursos florestais não madeireiros, obtidos de plantas e animais florestais, incluindo frutas, nozes, mel, plantas medicinais, óleos essenciais, fibras naturais, entre outros;
  • Entre outros.

 

4. ITENS FINANCIÁVEIS

Cada projeto aprovado nesta chamada poderá executar despesas previstas na proposta das seguintes naturezas:

  • Financiamento de bens móveis;
  • Consultoria para estudos e projetos;
  • Capacitação;
  • Aquisição de equipamentos e máquinas poupadoras de mão de obra;
  • Pagamento a pessoal contratado por prazo determinado;
  • Demais itens considerados essenciais para a consecução dos objetivos propostos pelo projeto;
  • Despesas administrativas limitadas a 15% do valor do projeto. Exemplos: aluguel de salas, contas de telefone, contas de água, contas de energia, entre outras.

O que NÃO pode ser financiado nesta chamada

É vedada a realização de despesas referentes a: 

  • Pagamento, a qualquer título, a agente público da ativa por serviços prestados, inclusive consultoria, assistência técnica ou assemelhados, salvo nos casos previstos em lei;
  • Pagamento, a qualquer título, a empresas privadas que tenham em seu quadro societário servidor público da ativa, ou empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, por serviços prestados, inclusive consultoria e assistência técnica;
  • Pagamento a prestadores de serviço com vínculo familiar (cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, até o terceiro grau, nos termos dos artigos 1.591 a 1.595 da Lei nº 10.406/2002 – Código Civil) com dirigentes da CAIXA, com membros do Comitê Gestor do Fundo Socioambiental CAIXA ou com o(a) gestor(a) chefe da unidade responsável pela gestão do Fundo Socioambiental CAIXA ou autoridade da CAIXA hierarquicamente superior;
  • Utilização dos recursos em finalidade diversa da estabelecida no Projeto Teia da Sociobiodiversidade, ainda que em caráter de emergência;
  • Realização de despesas em data anterior ou posterior à sua vigência;
  • Atribuição de vigência ou de efeitos financeiros retroativos;
  • Realização de despesas com taxas bancárias, multas, juros ou correção monetária, inclusive referentes a pagamentos ou recolhimentos fora dos prazos*;
  • Transferência de recursos para clubes, associações de servidores ou quaisquer entidades congêneres;
  • Com publicidade, salvo as de caráter educativo, informativo ou de orientação social, nas quais não constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, nos termos previstos no projeto;
  • Com publicidade, propaganda ou ação mercadológica diversa que prejudique a reputação da CAIXA ou que comprometa sua imagem;
  • Aquisição de imóveis, compra de ações, debêntures ou outros valores imobiliários;
  • Obras e construções em terrenos que não comprovem a devida titularidade.

 

5. PÚBLICOS: COM QUEM VAMOS TECER A MANHÃ

Esta Chamada Pública do Projeto Teia da Sociobiodiversidade se destina a: 

  • Associações sem fins lucrativos do Brasil, legalmente constituídas, que representem comunidades locais ou tradicionais, rurais ou urbanas, que desenvolvam atividades de baixo impacto ao meio ambiente e que estejam conectadas com as duas linhas temáticas da Chamada. Exemplos de comunidades locais e tradicionais: povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores e pescadoras artesanais, marisqueiras, quebradeiras de coco, povos ciganos, caiçaras, extrativistas, comunidade de fundo e fecho de pasto, agricultores familiares, comunidades periféricas urbanas, entre outros;
  • Associações que atuem nas duas linhas temáticas desta Chamada Pública: negócios da sociobiodiversidade e soluções baseadas na natureza;
  • Associações com orçamento institucional de até R$ 500.000,00 no ano de 2023;
  • Associações com a documentação necessária descrita conforme o item 7. 

Cada organização poderá apresentar apenas 1 (um) novo projeto, inclusive as que possuem filiais, desde que esteja dentro do escopo desta Chamada Pública.

Critérios de Prioridade:

  • Associações que trabalhem coletivamente em redes, fóruns, consórcios e alianças;
  • Associações com participação de jovens;
  • Associações socioambientais que levem em consideração a equidade de gênero;
  • Projetos de associações que não tenham outros projetos em execução com o Fundo Casa. 

 

6. PRAZOS

Os projetos para esta chamada precisam ter um cronograma de execução de até 14 (quatorze) meses, sendo um mês após a finalização da execução o prazo de prestação de contas. Confira abaixo outras informações sobre prazos, formatos e submissão:

6.1 – Período de envio dos projetos

Os projetos devem ser enviados no período de 25 de outubro de 2024 até 16 de dezembro de 2024.

6.2 – Projetos inabilitados 

São considerados inabilitados os projetos que:

a) Não atendem aos requisitos deste Regulamento;

b) Recebidos após 23h59 (do horário de Brasília) do dia 16 de dezembro de 2024.

  • O Fundo Casa não se responsabiliza por problema de internet no momento do envio da proposta, por casos fortuitos ou de força maior, bem como por aqueles projetos que apresentarem dados incorretos, incompletos ou inverídicos;
  • O ato de inscrição implica plena concordância com os termos deste Regulamento;
  • Em caso de alteração de projeto sem a prévia anuência do Fundo Casa Socioambiental, a instituição deverá fazer a devolução integral dos recursos disponibilizados.

 

7. DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

a)    Da Organização

  • Última ata de eleição vigente da organização;
  • Estatuto da organização;
  • CNPJ;
  • Certidão Negativa de Débitos do FGTS;
  • Certidão Negativa de Débitos da Receita Federal;
  • Certidão Negativa de Débitos com o Estado;
  • Certidão Negativa de Débitos com o Município;
  • Cópia do Extrato Bancário com os dados da conta bancária;
  • Titularidade da área em caso de obra; os documentos aceitos estão disponíveis aqui: https://casa.org.br/wp-content/uploads/2024/09/documentacao-titularidade-de-area-fundo-casa.pdf;
  • Em caso de execução de projeto por Organização de fora do território de implementação do projeto, deverá ser apresentada declaração da Comunidade sobre Execução de Projeto em seu território. Será necessário que a comunidade local assine a declaração autorizando a execução do projeto em seu território. A declaração deve ser assinada por lideranças comunitárias e anexada na inscrição do projeto. Modelo disponível aqui: https://casa.org.br/wp-content/uploads/2024/10/declaracao-comunidade-1024.docx;
  • Documentos complementares.

b)    Dos representantes da Organização (Presidente, Vice-Presidente e Diretor Financeiro)

  • RG, CPF ou CNH;
  • Comprovante de endereço.

Atenção: A documentação deve ser enviada no momento de inscrição da proposta, anexada à inscrição digital.

 

8. INSCRIÇÕES – COMO ENVIAR A PROPOSTA

Os projetos poderão ser enviados exclusivamente por meio da nossa plataforma Casa Digital, no período de 25 de outubro de 2024 até 16 de dezembro de 2024.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A PLATAFORMA DE INSCRIÇÃO

 

9. PROCESSO DE SELEÇÃO

O processo de seleção desta chamada contempla três etapas. São elas:

1ª etapa: Análise da Coerência da Proposta

2ª etapa: Análise pelo Comitê de Avaliação

3ª etapa: Aprovação pelo Conselho Deliberativo do Fundo Casa

9.1. Comitê de seleção

A seleção dos projetos e classificação do projeto caberá unicamente à Comissão de Seleção formada por representantes do Fundo Casa Socioambiental e de especialistas contratados para tal. Os critérios de seleção estarão baseados na inter-relação do projeto com os princípios de cada eixo.

 

10. DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS

O resultado da seleção será publicado por ordem de classificação no site do Fundo Casa www.casa.org.br/noticias, conforme cronograma.

Após a finalização da primeira etapa e formalização dos termos de cooperação financeira, havendo vagas remanescentes por qualquer motivo que tenha inviabilizado a assinatura dentro dos critérios estabelecidos, serão convocadas as organizações subsequentes da lista, limitadas à quantidade de projetos e valores disponíveis, conforme estabelecido nesta Chamada Pública.

 

11. ASSINATURA DO TERMO DE COOPERAÇÃO FINANCEIRA 

Todas as organizações selecionadas serão informadas por e-mail da aprovação do projeto e receberão documentação para a Assinatura do Termo de Cooperação Financeira, que deverá ocorrer de acordo com o estabelecido no Cronograma de Ações, item 18.

Em caso de os selecionados não concluírem o processo de assinatura do Termo de Cooperação Financeira dentro das exigências e dos prazos estabelecidos, serão convocados os projetos seguintes da lista, por meio de segunda chamada, visando ao atendimento do total de projetos estabelecido nesta Chamada Pública.

 

12. DESEMBOLSOS 

Nesta Chamada Pública, o valor a ser repassado por projeto será de, no máximo, R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo que a quantidade de projetos selecionados estará limitada ao custo total máximo de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).

Os projetos selecionados pelo presente Regulamento celebrarão Termo de Cooperação Financeira com o Fundo Casa, sendo seus recursos desembolsados da seguinte forma:

a) 90% — na assinatura do Termo de Cooperação Financeira

b) 10% finais — após a aprovação do Relatório Final

A partir da seleção do projeto, as organizações podem e devem contatar o Fundo Casa sempre que surgirem dúvidas ou dificuldades, incluindo qualquer mudança ou alteração no projeto.

Vale destacar que os recursos serão liberados em adiantamento na 1ª parcela e em reembolso na 2ª parcela.

 

13. CONTRAPARTIDA

Não será exigida contrapartida obrigatória para o projeto, mas incentivamos que as associações indique tudo o que oferecem de forma complementar ao projeto que pode ser: bens, serviços e trabalho voluntário.

 

14. PRESTAÇÃO DE CONTAS E RELATÓRIO FINAL 

Todas as Associações deverão enviar Relatórios Narrativos e Financeiros no final do projeto.

Para que o recurso da parcela final seja liberado, a entidade deverá realizar a prestação de contas da primeira parcela com a comprovação da boa e regular aplicação dos recursos, a qual será analisada de acordo com ações, despesas, prazos e custos aprovados no projeto, salvo eventuais alterações que tenham sido aprovadas.

O Relatório Final deverá ser entregue em até 30 (trinta) dias após o término do Projeto.

 

15. FORTALECIMENTO DE CAPACIDADES, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO 

O Teia da Sociobiodiversidade prevê o fortalecimento das organizações também por meio de capacitação, monitoramento e avaliação dos projetos apoiados. Saiba mais sobre cada elemento dessas frentes. 

15.1 Fortalecimento de Capacidades 

Os fortalecimentos das capacidades acontecerão em duas modalidades: virtual e presencial. Os locais, dias e horários serão informados após a contratação dos projetos.

Cada organização aprovada deverá participar de 05 (cinco) oficinas virtuais, indicando um participante por oficina, sendo os temas: Comunicação e Atuação em Rede (oficina 1); Gestão Financeira de Projetos e Prestação de Contas (oficina 2); Gestão Institucional e Administrativa (oficina 3); Empoderamento Econômico (oficina 4); e Acesso a Crédito — Desafios e Oportunidades (oficina 5). No total, serão realizadas pela Fundo Casa 40 oficinas, sendo 20 com aprovados nesta Chamada e 20 para a próxima Chamada.

As organizações selecionadas também deverão indicar uma pessoa para participar de 01 (um) Encontro Presencial que terá como objetivo o intercâmbio de experiências e o incentivo a uma rede de projetos que seja orgânica.

É obrigatória a participação de um membro da Organização nas oficinas de fortalecimento de capacidades.

15.2 Monitoramento e Avaliação 

Todos os projetos contratados nesta Chamada Pública deverão entregar Relatório Narrativo e Financeiro ao Fundo Casa, bem como entregar informações que sejam solicitadas ao longo do Projeto e ainda participar de reuniões quando necessário para fins de monitoramento.

 

16. COMUNICAÇÃO 

Incentivamos que todos os projetos contenham ações de comunicação com vistas a garantir a publicidade das ações e sustentabilidade do projeto a médio e longo prazo.

O Fundo Casa fará uma sessão de orientação sobre o uso das logomarcas a serem utilizadas nos materiais dos projetos apoiados; além disso, tais informações constarão do Termo de Cooperação Financeira.

 

17. SANÇÕES E SUSPENSÃO DO TERMO DE COOPERAÇÃO FINANCEIRA

Havendo uso indevido do recurso financeiro do projeto em desconformidade com o projeto aprovado, a Organização deverá devolver o valor recebido em sua integridade.

 

18. CRONOGRAMA DAS AÇÕES 

AÇÕES PERÍODO
Recebimento de Projetos 25/10/2024 a 16/12/2024
Seleção dos Projetos  17/12/2024 a 31/03/2025
Resultado Final  01/04/2025
Contratação dos Projetos  02/04/2025 a 09/05/2025
Execução dos Projetos  12/05/2025 a 11/07/2026

 

19. DÚVIDAS

Consulte a seguir a sessão de Dúvidas Frequentes. A resposta para sua pergunta pode estar aqui. Se ainda assim houver dúvidas, envie e-mail para teia@casa.org.br.

Atenção: Confira as dúvidas frequentes no Anexo 5.

 

20. ANEXOS

Anexo 1 – Princípios para Negócios da Sociobiodiversidade

Os negócios da sociobiodiversidade têm características que aliam o desenvolvimento econômico ao desenvolvimento social e à proteção do meio ambiente. São negócios da sociobiodiversidade que contemplam economias de povos e comunidades tradicionais, baseadas na diversidade, no conhecimento tradicional e na inovação, nos sistemas socioprodutivos locais e nos produtos e serviços gerados a partir de recursos da biodiversidade, conectados aos seus modos de vida, à valorização das suas práticas e saberes, e à melhoria na qualidade de vida e bem viver das comunidades em seus territórios e maretórios.

Confira a seguir sete princípios para negócios da sociobiodiversidade:

1. Fortalecimento da Produção Agroecológica

Descrição: Incentivar práticas agroecológicas que respeitem e integrem os conhecimentos tradicionais, promovendo uma produção sustentável e que ajuda a regenerar os territórios.

2. Valorização da Floresta em Pé e Manutenção dos Biomas em Geral

Descrição: Apoiar negócios que incentivem e valorizem a preservação da natureza, mantendo os biomas preservados e reconhecendo o valor econômico da floresta em pé, assim como dos rios e oceanos.

3. Manejo Sustentável e Comercialização dos Produtos

Descrição: Implementar práticas de manejo sustentável e melhorar a estrutura de comercialização dos produtos, garantindo o uso responsável dos recursos naturais e promovendo a valorização dos produtos da sociobiodiversidade.

4. Inclusão e Valorização dos Conhecimentos Tradicionais

Descrição: Incorporar os conhecimentos e práticas tradicionais das comunidades locais nos negócios da sociobiodiversidade, reconhecendo a importância dessas tradições para o uso sustentável dos recursos e para manter a cultura viva.

5. Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável

Descrição: Estruturar negócios que promovam o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais, garantindo inclusão, equidade e geração de renda de forma sustentável.

6. Resiliência e Adaptabilidade dos Negócios

Descrição: Garantir que os negócios da sociobiodiversidade promovam a adaptação e resiliência às mudanças ambientais, sociais e econômicas, incluindo os efeitos das alterações climáticas.

7. Sustentabilidade Econômica e Ambiental

Descrição: Estruturar modelos de negócios que sejam economicamente viáveis e que promovam a sustentabilidade ambiental, evitando a degradação dos recursos naturais e contribuindo para a conservação dos ecossistemas.

Anexo 2 – Princípios para Soluções Baseadas na Natureza

As Soluções Baseadas na Natureza (SbN) são um conjunto de estratégias inovadoras que promovem a gestão sustentável dos ecossistemas, potencializando ou restaurando os benefícios que a natureza oferece às pessoas. Essas soluções são fundamentais para enfrentar desafios sociais complexos, como a segurança alimentar, as mudanças climáticas, a segurança hídrica, a saúde humana, a mitigação de riscos de desastres e o desenvolvimento socioeconômico.

Ao integrar processos e sistemas naturais em projetos e políticas, as SbN fortalecem a biodiversidade, ampliam os serviços ecossistêmicos e promovem a resiliência das comunidades. Além disso, essas soluções buscam a participação ativa das comunidades locais, assegurando que os benefícios sejam distribuídos de maneira equitativa, especialmente entre os mais vulneráveis.

Neste anexo, indicamos sete princípios-chave para as Soluções Baseadas na Natureza.

1. Uso de processos e sistemas naturais
Descrição:
As SbN utilizam a natureza como fonte de inspiração e orientação para encontrar soluções para problemas ambientais e sociais.

2. Fortalecimento da biodiversidade
Descrição: As SbN consideram que a biodiversidade é essencial para o equilíbrio dos ecossistemas e para garantir a sobrevivência das espécies, incluindo os seres humanos, então buscam promover e proteger essa diversidade.

3. Aproveitamento de vários benefícios
Descrição:
As SbN procuram proporcionar vários benefícios ao mesmo tempo, como melhorias para o meio ambiente, para as pessoas e para a economia.

4. Envolvimento da comunidade
Descrição:
As SbN devem ser relevantes para os problemas, necessidades e desafios locais, por isso é importante que elas sejam desenvolvidas junto às pessoas envolvidas e tenham o apoio da comunidade.

5. Foco na adaptabilidade e resiliência
Descrição: As SbN devem ser fortes o suficiente para lidar com mudanças no ambiente, como as mudanças climáticas, e se recuperar delas.

6. Foco na sustentabilidade
Descrição:
As SbN devem poder ser mantidas a longo prazo, sem causar impactos negativos no ambiente ou na sociedade.

7. Concentração nas populações mais vulneráveis
Descrição:
As SbN procuram enfrentar os desafios ambientais e sociais através da promoção da inclusão e da equidade, que são fundamentais para alcançar soluções eficazes e de longo prazo. 

Anexo 3 – Glossário

Clique aqui para acessar o Glossário

Anexo 4 – Formulário com os dados que serão necessários para apresentação das propostas via plataforma

Clique aqui para acessar o Formulário Auxiliar – Linha 1: Negócios da Sociobiodiversidade

Clique aqui para acessar o Formulário Auxiliar – Linha 2: Soluções Baseadas na Natureza

ATENÇÃO: Este formulário serve apenas como auxiliar para preenchimento da inscrição, para validação da inscrição é necessário o preenchimento via plataforma Casa Digital.

Anexo 5 – Dúvidas frequentes

1) Posso transferir o recurso da conta da Organização para uma outra conta? Posso sacar todo o recurso da conta da Organização e ficar com o valor em espécie?

Não, em hipótese alguma o recurso pode sair da conta da organização proponente para conta de terceiros (isso inclui presidente, vice-presidente e integrantes da organização), e nem ser sacado integralmente. Só poderá ser transferido para pagamento de despesas previstas no projeto, em uma relação direta saindo da conta da organização para a conta do fornecedor ou prestador de serviços, comprovado mediante nota fiscal ou recibo (a depender do valor).

 2) Os documentos enviados podem ser apenas cópias digitais?

 Sim, os documentos solicitados devem ser cópias digitais.

 3) Organizações com projetos em execução no Fundo Casa podem encaminhar propostas para esta chamada?

 Serão selecionados, prioritariamente, projetos de organizações que não tenham projetos em andamento com o Fundo Casa, ou que tenham apenas projetos emergenciais em andamento junto ao Fundo Casa.

 4) É preciso uma conta bancária jurídica para receber o recurso?

Sim, é necessária uma conta bancária de pessoa jurídica para receber os recursos do projeto. A conta bancária deve estar no nome da organização com o CNPJ que irá receber a doação. Contas pessoais (de pessoas físicas) não serão aceitas. 

 5) O grupo está regularizando a documentação. Pode enviar depois da seleção?

Não, a analise dos documentos é parte da avaliação do Projeto. 

 6) Poderá participar desta chamada o grupo que tem pendências em prestação de contas com o Fundo Casa?

 Grupos com pendência em prestação de contas não serão aceitos nesta chamada de projetos.

7) Na planilha orçamentária quais despesas serão custeadas? Existe algum modelo?

 A seleção dos tipos de despesas é feita pela organização proponente, devendo estar alinhada com os critérios da Linha Temática que o grupo escolher atuar. É parte da coerência na apresentação da proposta a relação entre objetivos específicos / atividades / custos.

8) Existe tempo mínimo de formação de uma Organização para submeter projetos para esta Chamada?

Não. Não há restrição de tempo da Organização para envio de projetos, desde que cumpra os requisitos definidos para esta Chamada (ver item 5. Públicos: com quem vamos tecer a manhã?).

9) Instituições de ensino podem submeter projetos na Chamada?

Sim, desde que cumpram os requisitos definidos para esta Chamada (ver item 5. Públicos: com quem vamos tecer a manhã?).

10) O envio dos formulários de inscrição (atividades e financeiro) pode ser feito em Word e Excel, como nas outras Chamadas do Fundo Casa Socioambiental?

Não. Todas as informações do projeto devem ser inseridas diretamente na Plataforma Casa Digital, sem necessidade de envio de formulários em Word ou Excel. Basta preencher o Formulário Digital disponível aqui.

11) É necessário o envio de três cotações para justificar o orçamento do projeto?

Não, o envio de cotações não é obrigatório. No entanto, recomendamos que essa pesquisa seja realizada como uma boa prática da organização.

12) Caso a organizações não possua CNPJ, o projeto pode ser submetido por uma organização Parceira?

Não, para essa Chamada não serão aceitas Organizações Parceiras. A Organização que submeter o projeto deve ser a executora.

13) É necessário abrir uma conta bancária específica para a gestão do recurso do projeto?

Não. Contudo, se o projeto for aprovado, a organização precisará de uma conta para receber o recurso, de banco físico ou digital.

14) Todos os requisitos especificados no Item 5 da Chamada precisam ser atendidos para submeter um projeto?

Sim, todos os requisitos devem ser atendidos para que a organização possa submeter um projeto à Chamada.



 

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