31.08.2023

Oficina sobre elaboração de projetos fortalece organizações indígenas no Pará

Nos últimos dias 25, 26 e 27 de agosto a equipe do Fundo Casa participou de uma oficina de elaboração de projetos na Aldeia Açaizal, Terra Indígena Munduruku do Planalto Santareno. A iniciativa partiu da Articulação Agro é Fogo, e contou com a parceria do Fundo Casa Socioambiental, coletivo de advocacia popular Maparajuba, Comissão Pastoral da Terra – CPT do Planalto Santareno, e Conselho Indígena Munduruku do Planalto Santareno.

Estiveram presentes mais de 50 lideranças indígenas dos povos Tupinambá, Apiaká, Munduruku, Tapajó, Jaraki e Arapiun, de diversas aldeias da região. A oficina contou com uma notável participação e liderança por parte do público feminino.

O objetivo da oficina foi proporcionar mais autonomia para as organizações indígenas, para que estas possam gerir seus próprios projetos. Segundo Beatriz Roseiro, gestora de programas do Fundo Casa,  “Nesta oportunidade, foram abordados todos os temas que envolvem a estruturação de um projeto, desde sua conceituação e contexto até a elaboração do orçamento, com a intenção de desmistificar todas as crenças limitantes e mostrar que de forma coletiva as comunidades podem escrever bons projetos que atendam suas necessidades e desejos, reconhecendo suas potencialidades. Com isso, podem se sentir mais preparadas e seguras para apresentar projetos, não apenas para o Fundo Casa mas também para outros financiadores”.

A oficina vai de acordo com a estratégia do Fundo Casa de possibilitar que as organizações comunitárias tenham protagonismo e possam apresentar projetos alinhados com as necessidades específicas de cada comunidade. Para o Cacique Josenildo Munduruku, da Aldeia Açaizal, “As nossas necessidades a gente sabe quais são e precisa só sistematizar essas informações dando alguns ajustes técnicos, mas nada que a gente não saiba fazer e isso foi muito bom porque ajudou a clarear a nossa mente e dizer que também somos capazes de elaborar bons projetos que possam colaborar com a nossa luta, com as nossas necessidades, com aquilo que a gente precisa pra nossa aldeia.”

Felicidade Carolaine, indígena do povo Munduruku. Foto: Ludmila Pereira/Agro é Fogo

Segundo Felicidade Carolaine, indígena do povo Munduruku, “Foi importante o aprendizado sobre como elaborar projetos com eficácia, com objetivos claros para que eles posam ser aprovados, fomos também instigados a trabalhar cada vez mais em equipe, visando a melhoria de vida do nosso povo, buscando a defesa do territorio a defesa da vida do nosso povo, pois sem territorio não há vida.” 

Sobre a Articulação Agro é Fogo

A Articulação Agro é Fogo é uma rede em defesa dos povos e territórios do Pantanal, Cerrado e Amazônia. Fazem parte desta coalizão mais de 30 organizações, entre elas pastorais do campo, movimentos, organizações não governamentais, grupos de pesquisas e estudos aliados a essa causa, povos e comunidades tradicionais que se formaram no contexto dos incêndios criminosos no ano de 2020. 

Foto: Ludmila Pereira/Agro é Fogo

A rede tem como propósito a defesa dos territórios de povos e comunidades tradicionais da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal frente ao processo criminoso que utiliza de incêndios e grilagem de terras para a expansão e consolidação de atividades agrícolas, mineração e exploração ilegal de madeiras, avançando sobre áreas protegidas.

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