
Projetos Selecionados: Teia da Sociobiodiversidade — Primeira Chamada
Em outubro do ano passado, foi lançada a primeira chamada da Teia da Sociobiodiversidade, a maior iniciativa já realizada na história do Fundo Casa. Com apoio financeiro do Fundo Socioambiental CAIXA, a Teia pretende impulsionar transformações profundas em comunidades locais e tradicionais, fortalecendo projetos de desenvolvimento sustentável em todo o Brasil.
A chamada nacional recebeu 2.048 propostas e 202 projetos foram selecionados, totalizando R$ 20 milhões em apoios diretos. Os projetos selecionados se enquadram em duas linhas temáticas: Negócios da Sociobiodiversidade, com 165 projetos (81,7%), e Soluções Baseadas na Natureza, com 37 projetos (18,3%).
A seleção dos projetos foi um processo criterioso e cuidadoso que envolveu uma equipe formada por gestoras, gestores e assistentes de programas do Fundo Casa, além de avaliadores(as) externos(as), especialistas nas linhas temáticas e no campo socioambiental. Centenas de organizações pontuaram muito bem, mas foi necessário seguir o limite dos recursos disponíveis para esta primeira chamada. A definição das propostas selecionadas foi baseada numa matriz de critérios para cada uma das linhas de apoio, contemplando os principais itens e informações necessárias para o enquadramento dos projetos nos objetivos desta chamada.
Vale ainda mencionar que a proposta inicial da Teia era apoiar 200 projetos nesta primeira chamada com até R$100 mil cada. Como nem todas as organizações solicitaram recursos com o valor limite da chamada, foi possível, com o saldo remanescente, apoiar mais duas propostas. Totalizamos assim, 202 projetos selecionados.
A distribuição regional dos projetos selecionados reflete a capilaridade do Fundo Casa: 72 no Nordeste, 57 no Norte, 32 no Sudeste, 24 no Sul e 17 no Centro-Oeste. Todos os estados brasileiros tiveram pelo menos uma proposta selecionada.
No que se refere aos biomas, a Mata Atlântica concentra a maior parcela de projetos selecionados (31,2%), seguida pela Amazônia (26,2%), Caatinga (13,9%), Cerrado (12,9%), Pampa (4,4%) e o Pantanal (2,5%). Ressaltamos que 8,9% dos projetos aprovados estão localizados em áreas de transição entre biomas.
A maioria das organizações que tiveram seus projetos selecionados se identifica como Associação (82,17%), seguida por ONGs (8,41%) e Cooperativas (4,95%). Redes e Articulações representam 2,47%, enquanto Movimentos e Fundos constituem 1% cada uma.
Entre as pessoas participantes dessas organizações, 33,7% se identificam como agricultoras(es), seguido por quilombolas (23,3%) e indígenas (13,4%). Outros grupos expressivos incluem extrativistas (8,4%) e cidadãs e cidadãos ativistas (7%). Também se inserem neste levantamento as associações de moradoras e moradores, pescadoras(es) (4,4% cada uma) e fundo e fecho de pasto (0,5%). Vale ressaltar que 4,9% das pessoas não se identificaram em nenhuma das categorias apresentadas.
Os territórios contemplados evidenciam a diversidade do país: 24,75% dos projetos serão realizados em territórios quilombolas, 19,31% em assentamentos, 17,82% em terras indígenas, 6,44% em reservas extrativistas e 6,44% em periferias urbanas. Territórios pesqueiros corresponderam a 2,48% dos projetos, enquanto os territórios geraizeiros, de fundos e fechos de pasto e caiçaras apresentaram os menores percentuais, com 0,99%, 0,99% e 0,50%, respectivamente. Além disso, 20,28% das organizações indicaram que as iniciativas serão implementadas em outros tipos de territórios não especificados entre as categorias listadas.
As organizações aprovadas têm atuação principalmente local ou territorial (61,4%), seguidas de atuação regional (27,2%) e nacional (7,4%). Além disso, 4% dos grupos não responderam essa pergunta. Destaca-se, ainda, que 90,1% delas participam de redes, fóruns ou coletivos. A maioria possui orçamento anual de até R$ 100 mil, considerando os 2 últimos anos. Cerca de 74% estão recebendo apoio do Fundo Casa pela primeira vez.
A composição das pessoas responsáveis pelos projetos reforça o protagonismo de pessoas negras (67%) e mulheres (57,92%), com presença também de pessoas indígenas e não-binárias.
Além disso, destaca-se o equilíbrio da faixa etária das pessoas responsáveis pelas organizações que tiveram propostas selecionadas, sendo 57,43% maior de 30 anos, 37,62% de jovens com até 29 anos e adultos com 30 anos ou mais e 4,95% com menos de 29 anos.
O impacto das propostas é expressivo: de acordo com as organizações que tiveram projetos selecionados, mais de 354 mil pessoas devem ser beneficiadas diretamente e mais de 959 mil de forma indireta.
O Fundo Casa agradece imensamente a todas as organizações que participaram desta chamada e reafirma o compromisso de seguir fortalecendo quem cuida da vida, da terra e das comunidades.
A Teia da Sociobiodiversidade seguirá crescendo e se expandindo. Uma nova chamada está prevista para o segundo semestre de 2025 – mais uma oportunidade de semear futuros possíveis e fortalecer quem transforma realidades com sabedoria ancestral, cuidado com a natureza e potência coletiva.
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As organizações que tiveram seus projetos selecionados receberão via e-mail as instruções sobre as próximas etapas para contratação.
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