27.12.2023

Retrospectiva Fundo Casa 2023

O ano de 2023 foi intenso! Um ano de muito trabalho, mas também de muitas realizações e reconhecimentos importantes para o Fundo Casa. De janeiro a dezembro foram 10 chamadas de projetos lançadas que juntas somam mais de R$13 milhões doados diretamente para comunidade e movimentos de base no Brasil, comunidades que nos mostram na prática as soluções e os desafios para a promoção da justiça climática e socioambiental em nosso país.

Entre as principais temáticas apoiadas pelo Fundo Casa em 2023 estão: Justiça climática e de gênero; Fortalecimento de direitos territoriais; Conservação e revitalização da Mata Atlântica; Equidade na educação indígena; Fortalecimento da autonomia dos povos da floresta; Fortalecimento comunitário no Matopiba; Apoio a brigadas voluntárias, comunitárias e indígenas no enfrentamento de incêndios florestais. 

Agradecemos a todos os financiadores, parceiros e a equipe Fundo Casa, que juntos tornaram possível o cumprimento de nossa missão: levar recursos na medida certa e de forma sistêmica para organizações e movimentos de base comunitária.

Confira abaixo uma breve retrospectiva de alguns dos momentos mais importantes para o Fundo Casa em 2023:

Em fevereiro tivemos a estreia do vídeo Fortalecendo os Direitos Territoriais Indígenas na Amazônia Brasileira, com depoimentos de representantes de projetos e comunidades apoiadas sobre a importância dos trabalhos de defesa de seus territórios e como os apoios do Fundo Casa colaboraram para isso. Estes projetos foram apoiados entre 2020 e 2022, com apoio da Gordon and Betty Moore Foundation. Foram R$4,9 milhões doados diretamente para 57 organizações em 46 Terras Indígenas da Amazônia Brasileira. Assista:

Ainda em fevereiro tivemos uma matéria especial sobre Os desafios para uma transição energética justa no Nordeste. A transição energética é urgente e necessária, a humanidade precisa diminuir a sua dependência das matrizes energéticas de origem fóssil e migrar para outras fontes que emitam menos gases de efeito estufa. Mas a pressa da emergência climática não pode ser justificativa para o desrespeito aos direitos de comunidades locais e tradicionais. Leia a matéria completa aqui.

Em março, o Fundo Casa e parceiros promoveram um encontro de articulação para proteção de defensoras e defensores de direitos humanos. Organizado pelo Fundo Casa Socioambiental, Fundo Brasil de Direitos Humanos e Fondo de Acción Urgente de América Latina y el Caribe (FAU). A iniciativa teve como objetivo fortalecer a articulação entre as organizações participantes, potencializando a cooperação entre financiadores e organizações que atuam com ações de proteção e promoção dos direitos humanos, pesquisa e documentação, litigância e advocacy, comunicação, formação e acompanhamento direto junto aos defensores e defensoras. Clique para ler a matéria completa.

Também em março, Maria Amália Souza, criadora do Fundo Casa Socioambiental, ganhou reconhecimento internacional por seu trabalho de proteção global do meio ambiente. Amália foi a única brasileira entre as 16 contempladas pela instituição neste ano, na edição 2023 do “16 Women Restoring the Earth”. Organizador da premiação, o “Global Landscapes Forum” é a maior plataforma global de uso integrado da terra, dedicada a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo do Clima de Paris. A instituição é liderada pelo Centro de Investigação Florestal Internacional (CIFOR), em colaboração com o Programa da ONU para o Meio Ambiente (UNEP), o Banco Mundial e os membros da Carta (ONU). Leia a matéria completa.

Ainda em março, tivemos o lançamento da publicação “Mulheres Potentes: Atuação De Grupos na Agenda Socioambiental”. A publicação traz transformações e impactos da atuação de grupos liderados por mulheres na América do Sul, por meio de análises de dados obtidos dos 117 projetos apoiados pelo Fundo Casa em parceria com a Aliança GAGGA, em 4 países – Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai – entre 2016 e 2020. A avaliação demonstra o potencial de transformação das comunidades a partir do empoderamento das mulheres. A publicação está disponível em 3 idiomas: português, espanhol e inglês. Clique aqui para acessar a publicação.

Em maio de 2023 o Fundo Casa Socioambiental lançou o Programa Mata Atlântica, para apoiar organizações que trabalham na preservação e restauração do bioma. Em seu lançamento foi aberta a primeira chamada de projetos: “Fortalecendo Comunidades para Conservação e Revitalização da Mata Atlântica e Resiliência Climática”, que destinou R$1.8 milhão para iniciativas na região de Mata Atlântica do Brasil. Os recursos desta chamada foram doados pela filantropa MacKenzie Scott, que premiou 16 organizações brasileiras em 2022, entre elas o Fundo Casa. A chamada começa a receber projetos a partir de 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica. Saiba mais sobre o Programa Mata Atlântica.

Em junho, organizações da Aliança GAGGA-LAC se reuniram no Rio de Janeiro para explorar soluções climáticas justas em termos de gênero. O encontro chamado “Fortalecendo as capacidades e envolvimento dos parceiros latinoamericanos da GAGGA no financiamento climático e no Fundo Verde do Clima (FVC)”, foi organizado pela Both ENDS, pelo Fundo Casa Socioambiental e pela Associação Interamericana de Defesa Ambiental (AIDA). O objetivo do evento foi fazer com que os participantes obtivessem uma melhor compreensão do contexto do FVC e do financiamento climático nos países latino-americanos, fortalecendo a rede regional de financiamento climático na região, permitindo um monitoramento mais eficaz das atividades do FVC. Clique aqui para ler mais sobre o encontro. 

Também em junho, o Fundo Casa e parceiros participaram do Encontro Nacional da Rede do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, em Brasília. Dentro desse encontro aconteceu uma mesa de debate com fundos e organizações que apoiam com recursos financeiros e fortalecimento de capacidades para pessoas e organizações de direitos humanos. Nela, estavam presentes além do Fundo Casa Socioambiental, o Fundo Brasil de Direitos Humanos, Fondo de Acción Urgente de América Latina y el Caribe (FAU), FrontLine Defenders, Projeto Sementes de Proteção e Projeto Defendendo Vidas (do Movimento Nacional dos Direitos Humanos), Rede Nacional de Proteção a Jornalistas e o próprio CBDDH. Saiba mais sobre o encontro. 

Em julho, Maria Amália Souza, fundadora e Diretora de Desenvolvimento Estratégico do Fundo Casa Socioambiental, foi a escolhida em 2023 para receber o Prêmio J. Blanton Belk para Ex-Aluno(a) Excepcional, a mais alta honraria oferecida pela Associação Internacional dos Ex-Alunos do Up With People (UWPIAA).  O Prêmio é dedicado a ex-alunos(as) que fizeram uma contribuição excepcional à humanidade. A Up with People foi fundada em 1965 por J. Blanton Belk para proporcionar a jovens adultos uma experiência única de interagir com o mundo através da positividade e da música. Mais de 22.000 jovens passaram por essa experiência, que envolvia um ano viajando pelo mundo com um show musical internacional e vivências de serviço comunitário. Amália, com 20 anos, chegou a visitar 5 países e foi hospedada por mais de 70 famílias em locais em que o grupo chegava para fazer o show e visitar instituições locais. Clique aqui para saber mais. 

Em agosto, a equipe do Fundo Casa participou de uma oficina de elaboração de projetos na Aldeia Açaizal, Terra Indígena Munduruku do Planalto Santareno. A iniciativa partiu da Articulação Agro é Fogo, e contou com a parceria do Fundo Casa Socioambiental, coletivo de advocacia popular Maparajuba, Comissão Pastoral da Terra – CPT do Planalto Santareno, e Conselho Indígena Munduruku do Planalto Santareno. Estiveram presentes mais de 50 lideranças indígenas dos povos Tupinambá, Apiaká, Munduruku, Tapajó, Jaraki e Arapiun, de diversas aldeias da região. A oficina contou com uma notável participação e liderança por parte do público feminino. Clique aqui para saber mais. 


Com o objetivo de debater e apresentar exemplos práticos de filantropia pela justiça socioambiental no contexto da preservação do Cerrado, a Rede Comuá, o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), o Fundo Casa Socioambiental e a Rede Cerrado promoveram no dia 15 de setembro o evento “Diálogo sobre a Importância da Filantropia Comunitária na Conservação do Cerrado e da Cultura dos Seus Povos”, durante o X Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, em Brasília. O Cerrado se tornou o bioma mais ameaçado do Brasil, com desmatamento recorde em 2023. Berços das águas, abastece oito das principais bacias hidrográficas do país. Abriga 5% da biodiversidade do planeta e é casa para povos e comunidades tradicionais que nele encontram seus sustento e plantam sua cultura. Assista abaixo o vídeo criado a partir destes diálogos:

Com o entendimento de que a comunicação é cada vez mais uma ferramenta estratégica na defesa de direitos e na produção e difusão de informações que garantam visibilidade a causas e vozes, o Fundo Casa Socioambiental promoveu em agosto, em parceria com a Rede Comuá, o Fundo Brasil, a Comissão Pastoral da Terra e o Tapajós de Fato, o encontro “Rodas de Conversa: Comunicação, Direitos Humanos e Justiça Climática”. Foram convidados a participar do evento, que reuniu quatro mesas temáticas e durou dois dias, 98 pessoas comunicadoras que atuam com direitos socioambientais na região da Amazônia Legal e do Matopiba (área formada majoritariamente por Cerrado, que abrange as regiões do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Clique aqui para saber mais. 

Para fechar esta retrospectiva, destacamos a participação na do Fundo Casa na COP 28, a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima que teve a sua 28ª edição realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30/11 e 12/12. Com uma delegação de 17 pessoas, o Fundo Casa promoveu e participou de debates sobre temas como financiamento climático, direitos e protagonismo dos povos tradicionais.

A delegação do Fundo Casa na COP 28 foi composta por membros da equipe e lideranças de grupos apoiados que representam suas comunidades: ribeirinhas, povos indígenas, extrativistas e quilombolas. Comunidades que nos ensinam na prática que é possível conviver com os biomas sem destruí-los, mas que ao mesmo tempo estão entre as populações mais suscetíveis aos impactos de eventos climáticos extremos.

A cobertura da participação do Fundo Casa na COP 28 pode ser acessada em nosso Instagram. Clique aqui para acessar.

 

A equipe do Fundo Casa deseja um feliz 2024!



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