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Tecnologias do bem no Sertão Paraibano
A Rede de Cultivos Agroecológicos do Alto Sertão Paraibano é uma organização que articula e mobiliza agricultores e agricultoras para tratar de temas como sementes, acesso à água, beneficiamento da produção, apicultura, além de realizar atividades, encontros de formação e articulação, oficinas e visitas de intercâmbio, fortalecendo as experiências de cultivos agroecológicos já existentes e favorecendo o surgimento de novas experiências de agroecologia.
Em uma iniciativa apoiado pelo Fundo Socioambiental CASA em 2016, a Rede levou até o sertão a tecnologia social do biodigestor, beneficiando 9 comunidades localizadas em assentamentos da reforma agrária. A tecnologia barata e simples, permite a geração de biogás através do processamento de matéria orgânica, como fezes de animais, restos de alimentos, entre outros.
O projeto “Biodigestor: energia e convivência com o semiárido” recebeu R$ 30 mil através do Programa Fortalecimento de Comunidades na Busca pela Sustentabilidade, uma parceria entre Fundo Socioambiental CASA e Fundo Socioambiental CAIXA. O apoio proporcionou a construção de 9 biodigestores em 6 comunidades diferentes e oficinas em 9 assentamentos.
O biodigestor traz uma economia de aproximadamente R$ 600,00 ao ano para cada família, considerando que antes o gasto era de R$ 50,00 por mês com a compra de gás. Além da economia, o biodigestor também produz biofertilizante que será utilizado nas culturas agroflorestais.
“Eu vou usar menos o fogão de lenha e deixar o ‘bujão’ de lado. Os 50 reais que eu gastava com gás vai servir agora para comprar tempero, arroz e outras coisas de casa”. Conta a agricultora, que produz no próprio quintal a maioria das frutas e verduras que ela, o marido e as duas filhas consomem. Pode parecer pouco, mas a economia gerada pelo uso do biogás será muito representativa para sua família.
A construção dos biodigestores foi feita pelos próprios agricultores, sob a orientação do agricultor José Carlos da Silva, da Comunidade Riacho do Meio de Olivedos, agreste paraibano. Ele foi o responsável por ministrar as oficinas de construção, parte prática da capacitação oferecida através do Núcleo Campo Solar e o Instituto Frei Beda.
Muito além dos objetivos diretos do projeto, o apoio proporcionou uma grande mobilização dos agricultores e agricultoras do sertão paraibano, favorecendo a criação de um Fundo Rotativo Solidário formado por 54 famílias integrantes da Rede. Esse fundo pretende favorecer a difusão de tecnologias sociais, principalmente os biodigestores, ampliando cada vez mais o acesso a estas simples tecnologias, mas que mudam muito a vida no sertão.
Fontes: Instituto Federal da Paraíba e Rede de Cultivos Agroecológicos do Alto Sertão Paraibano.
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